Solidão,
Porque chegaste tão cedo ?
Não percebes tão longa é a vida,
Minha paz já vai longe esquecida,
Para que causar tanto medo ?
És aquela que quer incansável
Tomar posse de mim dia a dia.
Poupe o tempo, ó castigo implacável.
Já nem sonho mais, quanta agonia
Sei que queres roubar como podes ?
Minha luz, meu sorriso, o que mais ?
Vou murchando, mas qual, não me acodes,
Já não grito, não sou nem capaz.
Solidão
Não me deixo abater.
Abro os olhos e vejo encantada,
Quanta gente ao meu lado a viver,
Quanta luz, quanto amor, antes nada.
O que queres é ter ao teu lado,
Sempre alguém, o teu nome já diz.
Mas há alguém que me espera calado,
É o dom (efêmero) de ser feliz.
Lygia Richieri (com 17 anos) Campos do Jordão, Dezembro de 1980
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