sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Não diminua seus sonhos para caber nos seus medos


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mãe... ainda é cedo...

Dora Lygia Cersósimo Richieri
04 de maio de *1940

29 de novembro de †1970
Darcy Domingues Pereira Assaf
15 de novembro de *1938

28 de setembro de †2011

Fica mais um pouco. Fica aqui comigo. Fica mais tempo na minha vida, nas horas, ao alcance da vista. Fica mais, mesmo que longe, pois a mim basta a certeza de que você caminha sobre a Terra, respira, me ama, me chama por nomes antigos, só nossos, impregnados de cheiros, histórias, paisagens.É cedo, muito cedo. Fica mais. Às vezes tenho a sensação de que só agora começo a te compreender, a te enxergar sem defesas, minhas e suas. Só agora te vejo liberta de todos os adereços, couraças, disfarces, véus. Só agora te olho nos olhos sem medo dos seus abismos, do seu brilho, das suas verdades e dos seus desvarios. Só agora te ouço sem o burburinho dos desgastes cotidianos, sem o eco das palavras mal ditas, sem os silêncios gélidos da solidão acompanhada, sem as bênçãos noturnas e as ladainhas do viver. Te ouço nas pausas, nos sonhos, nas ausências. Te ouço nas lembranças perdidas, escuto seus olhos, te leio as linhas do rosto, das mãos.

É cedo ainda, mãe. Fica mais um sempre.

Só agora te vejo inteira, todas as mulheres que você é e foi. Acolho todas, converso com todas as suas você-mesmas. Te enxergo caleidoscopada, múltipla e te vejo como uma colagem fascinante de muitas faces, fases, falas. Te vejo sem a mesquinhez da minha imaturidade, sem o distanciamento ascético das fronteiras, sem a superficialidade dos pensamentos mágicos. Te vejo frágil e velhinha mas também te vejo menina sonhadora, jovem corajosa, mulher apaixonada, mãe leoa. Te vejo exuberante, linda, culta, divertida, uma estrela que habitava a minha casa.

Te vejo triste, aterrada, atormentada, ferida, desesperada; te vejo rezando, buscando o divino, o transcendente, o esotérico, as respostas para o alma. Te vejo companheira, enfermeira, avó; te vejo amiga, confidente, conselheira. Te vejo colo, luz, rumo. Te vejo eternamente saudosa da casa da sua infância, das gentilezas das avós, da doçura do seu pai, da fortaleza da sua mãe. Posso até ver, sem jamais ter visto, você pequena, caminhando entre roseiras e cambraias bordadas, feliz e segura, certa de que aquele seu mundo duraria para sempre. Ah, minha mãe menina, uma parte imensa de você nunca saiu daqueles jardins. Te vejo e te vendo me vejo também, e aprendo e me encanto.

Impregno meus olhos com os seus traços, meus ouvidos com a sua voz, minha memória com as sua memória, minha consciência com as suas vivências. Te celebro em gestos simples que repito sem perceber, te perpetuo no meu amor pelas palavras e pelos livros, te sento à mesa e sirvo, em pratos de família, receitas ancestrais. Te eternizo nos casos que conto para minhas filhas. Te reconheço no meu rosto, nos meus trejeitos, nas minhas manias, nas flores da minha casa. Penso em você quando as borboletas aparecem no jardim e quando, depois da chuva, a terra quente exala um cheiro de "vent vert". Te procuro nas minhas tempestades. Te trago na alma como um talismã e agradecida penso: não temos pendências.

Fica mais um pouco, mãe, e a gente inventa um tempo, uma minúscula eternidade. Mesmo em compasso de espera, em ritmo de sobressalto, ainda há tempo. Mesmo debruçada sobre o inevitável medo do desconhecido, mesmo sabendo da inexorável finitude de tudo que existe, mesmo antecipando a absurda saudade, mesmo sabendo que tudo valeu a pena, a menina em mim sai em busca daquela outra menininha que caminha nos jardins da sua memória e pede: Fica mais um pouco!

E ela, espantada vai pensar: De onde vem essa que me olha com se me conhecesse, me faz um pedido estranho e a quem eu respondo, sem pestanejar nem saber por que: "Fico, sim!"?

Ainda é cedo, mãe, vamos brincar...
Hilda Lucas

domingo, 25 de setembro de 2011

Prato de Arroz

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele volta-se para o chinês e pergunta:
- Desculpe-me, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
... - Sim e geralmente na mesma hora que o seu vem cheirar as flores!
"Respeitar as opções do outro "em qualquer aspecto" é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter.
As pessoas são diferentes, "agem diferente" e pensam diferente.
“Nunca julgue. Apenas compreenda”.

Mais lustres em pedrarias

Aqui estão mais alguns lustres que eu mesma fiz, ou modifiquei, enfeitei, decorei, melhorei. Sempre usando pedrarias. Algumas de acrílico imitando cristal, outras de cristal verdadeiro.
Este era o lustre que ficava em cima da mesa da cozinha da casa do meu pai. Era um lustre amarelo ovo. Hoje ele fica no meu banheiro bem em cima da minha banheira de hidromassagem. Ficou muito charmoso e é um dos que eu mais gosto.

Primeiro eu pintei tudo de branco. Depois, com uma furadeira eu fiz furinhos ao redor da aba do lustre.

Aí, fui montando um entrelaçado de pedras de acrílico imitando cristal, usando para isso argolas de metal próprias para bijouteria.

Eu confesso que  não planejei o desenho ou a disposição das pedras. Durante a montagem a disposição foi surgindo naturalmente. O que eu sabia, era que queria uma barra tipo renda em formato de onda.

Esse lustre fica no teto do meu banheiro. Eu montei ele do zero, unindo as pedras uma a uma com alfinetes para bijoux e argolas, a partir de um plafon de latão branco, onde eu fiz furinhos com uma furadeira.


Fui adicionando fileiras de pedras uma a uma até passar o comprimento da lâmpada.

Olha visto por baixo. Eu passei um arame ao redor da última fileira para uniformizar o caimento das pedras e dar o formato redondo.

Esse é  o lustre do espelho do meu banheiro. São dois lustres iguais.

A partir daquele plafon bem simplezinho de latão branco com furinhos feitos por furadeira, eu montei fios pendentes, alternando fios de canutilhos prateados e cristaizinhos brancos, e fios somente de bolinhas de cristal (acrílico) terminando cada um com uma mini gota.

O efeito é bem legal. Romântico e delicado.

Visto por baixo.




Olha só que efeito legal os dois lustres acesos. E observem também no reflexo do espelho o lustre que fica em cima da banheira.

Esse é o lustre principal do meu quarto. Eu decorei ele todinho com pedrarias de acrílico imitando cristal, fiozinhos de mini pérolas e florzinhas de rococó. Era minha intenção dar esse efeito exagerado e com mistura de cores e texturas. Ficou bem romântico.

Detalhe dos fios de mini pérolas que eu mesma fiz um a um. e em cada um tem uma pedra de cristal pendente.



Detalhe das florzinhas de rococó, e das pedrarias.

Mini rosinhas de rococó enfeitam e alegram.

Esse lustre da parede da cabeceira da minha cama, faz conjunto com o do teto. Procurei fazer o mesmo padrão de pedras e fios de mini pérolas.

Esse lustre eu achei num brechó de demolição e comprei três. Nele eu só pendurei 5 goras de acrílico imitando cristal e coloquei o copinho cobrindo a lâmpada.

Esse lustre comprado em uma grande loja, eu enfeitei com uma grande quantidade de cristaizinhos como se tivesse  chovido e gotinhas de chuva tivessem ficado penduradas nele. adorei o efeito.

Esse lustre fica no hall de entrada da minha casa. Eu também o comprei naquele brechó de demolição e do jeito que ele veio eu só troquei os soquetes das lâmpadas e pendurei cristais verdadeiros por ele todo.

Esse lustre de parede fica no meu lavabo, em cima do espelho. Nele eu enfeitei o copinho com um fio de pedrarias de cristal como se fosse um colar e coloquei também um amarradinho de corações, tudo acompanhando as cores predominantes no ambiente.
Decorei as duas luminárias que ficam nas laterais da minha cama (chamadas de arquiteto light) com renda guipir.

Além de deixar a peça mais charmosa e romântica, ainda ajuda a tirar a visibilidade do bulbo da lâmpada, sem diminuir a luminosidade.



Espero que tenham gostado.

sábado, 24 de setembro de 2011

E para quem estiver me seguindo...


A sua verdade só é universal para você mesmo


O amor, por Paulo Coelho


Cerimônia do chá - Paulo Lemisnki

Ainda ontem
Convidei um amigo
Para ficar em silêncio
comigo. Ele veio
Meio a esmo
Praticamente não disse nada
E ficou por isso mesmo.
Paulo Leminski

Soneto da Fidelidade - Vinícius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes

Soneto do maior amor - Vinícius de Moraes

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
e se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
Vinícius de Moraes

Ouvido contar - Fernando Pessoa

Aprecio a tua presença só com os olhos.
Vale mais a pena ver uma coisa sempre pela primeira vez que conhecê-la,
Porque conhecer é como nunca ter visto pela primeira vez,
E nunca ter visto pela primeira vez é só ter ouvido contar.
Fernando Pessoa

Acordar de novo - Fernando Pessoa

Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque o que sonho
E posso estar na realidade onde está o sonho.
Não sei o que hei de fazer das minhas sensações.
Não sei o que hei de ser comigo sozinho.
Quero que ele me diga qualquer coisa para eu acordar de novo.
Fernando Pessoa