“Imagine que o universo é uma imensa máquina giratória. Você quer ficar perto do centro da máquina – bem no eixo da roda -, e não nas extremidades, onde os giros são mais violentos, onde você pode se assustar e enlouquecer. O eixo da calma fica no seu coração. É aí que Deus reside dentro de você. Então, pare de procurar respostas no mundo. Simplesmente retorne sempre ao centro, e sempre vai encontrar a paz.” Elizabeth Gilbert em: Comer, rezar, amar
Dá-me, Senhor, assistência técnica para eu falar aos namorados do Brasil. Será que namorado algum escuta alguém? Adianta falar a namorados? E será que tenho coisas a dizer-lhes que eles não saibam, eles que transformam a sabedoria universal em divino esquecimento? Adianta-lhes, Senhor, saber alguma coisa, quando perdem os olhos para toda paisagem, perdem os ouvidos para toda melodia e só veem, só escutam melodia e paisagem de sua própria fabricação? Cegos, surdos, mudos - felizes! - são os namorados enquanto namorados. Antes, depois são gente como a gente, no pedestre dia-a-dia. Mas quem foi namorado sabe que outra vez voltará à sublime invalidez que é signo de perfeição interior. Namorado é o ser fora do tempo, fora de obrigação e CPF, ISS, IFP, PASEP, INPS. Os códigos, desarmados, retrocedem de sua porta, as multas envergonham-se de alvejá-lo, as guerras, os tratados internacionais encolhem o rabo diante dele, em volta dele. O tempo, afiando sem pausa a sua foice, espera que o namorado desnamore para sempre. Mas nascem todo dia namorados novos, renovados, inovantes, e ninguém ganha ou perde essa batalha. Pois namorar é destino dos humanos, destino que regula nossa dor, nossa doação, nosso inferno gozoso. E quem vive, atenção: cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante. De não ser. De estar, e nem estar. O problema, Senhor, é como aprender, como exercer a arte de namorar, que audiovisual nenhum ensina, e vai além de toda universidade. Quem aprendeu não ensina. Quem ensina não sabe. E o namorado só aprende, sem sentir que aprendeu, por obra e graça de sua namorada. A mulher antes e depois da Bíblia é pois enciclopédia natural ciência infusa, inconsciente, infensa a testes, fulgurante no simples manifestar-se, chegado o momento. Há que aprender com as mulheres as finezas finíssimas do namoro. O homem nasce ignorante, vive ignorante, às vezes morre três vezes ignorante de seu coração e da maneira de usá-lo. Só a mulher (como explicar?) entende certas coisas que não são para entender. São para aspirar como essência, ou nem assim. Elas aspiram o segredo do mundo. Há homens que se cansam depressa de namorar, outros que são infiéis à namorada. Pobre de quem não aprendeu direito, ai de quem nunca estará maduro para aprender, triste de quem não merecia, não merece namorar. Pois namorar não é só juntar duas atrações no velho estilo ou no moderno estilo, com arrepios, murmúrios, silêncios, caminhadas, jantares, gravações, fins-de-semana, o carro a toda ou a 80, lancha, piscina, dia-dos-namorados, foto colorida, filme adoidado, rápido motel onde os espelhos não guardam beijo e alma de ninguém. Namorar é o sentido absoluto que se esconde no gesto muito simples, não intencional, nunca previsto, e dá ao gesto a cor do amanhecer, para ficar durando, perdurando, som de cristal na concha ou no infinito. Namorar é além do beijo e da sintaxe, não depende de estado ou condição. Ser duplicado, ser complexo, que em si mesmo se mira e se desdobra, o namorado, a namorada não são aquelas mesmas criaturas que cruzamos na rua. São outras, são estrelas remotíssimas, fora de qualquer sistema ou situação. A limitação terrestre, que os persegue, tenta cobrar (inveja) o terrível imposto de passagem: "Depressa! Corre! Vai acabar! Vai fenecer! Vai corromper-se tudo em flor esmigalhada na sola dos sapatos..." Ou senão: "Desiste! Foge! Esquece!" E os fracos esquecem. Os tímidos desistem. Fogem os covardes. Que importa? A cada hora nascem outros namorados para a novidade da antiga experiência. E inauguram cada manhã (namoramor) o velho, velho mundo renovado.
Descendo a serra de Campos do Jordão de manhãzinha, respirando fundo o ar puro e gelado da madrugada, uma sensação gloriosa de deslumbramento e espanto. Muito lindo tudo isso.
A gente ama não a pessoa que fala bonito. A gente ama a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa.
"Você pode trocar de trabalho, de parceiro ou de religião. Mas até que se transforme internamente, atrairá as mesmas pessoas e circunstâncias." ~ Yehuda Berg
Olha ali meu pai cheio de luz, olhando lá do céu por nós. Que saudades. 8 anos hoje sem o Cezário.
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Até o presente momento, elogios para este senhor, somente para o seu português correto (finalmente após 13 anos, aff) e sua eloquência e lógica ao discursar. Mas nada de achar que agora está tudo bem. Temos que fiscalizar tudo que este senhor fizer. Seus ministros investigados devem ser substituídos sem dúvida. E quem quer que seja, de qualquer partido que seja, que seja acusado, investigado, julgado e condenado por desvio de conduta, corrupção ou seja lá o que for, deve ir para a cadeia. Não temos bandido de estimação, nem queremos tapar sol algum com peneira nenhuma. Cadeia para todos os corruptos. Falei.
Campos do Jordão. Que cidade curiosamente incrível e interessante. Aqui, você não vai até a bomba de chocolate. A bomba de chocolate vem até você. E sem você pedir, porque quem faz a bomba, te traz espontaneamente, simplesmente porque sabe que você gosta. É demais, não acham? Sai da cidade grande. Vem viver a vida simples do interior.